sexta-feira, 16 de agosto de 2013



Riscos infindáveis na memoria que sempre será apenas doce e que passou em mim, marca.


Um marco novo de desbravar

é tempo de rios

eu deságuo no caos,


nenhum aglomerado de palavras me mantem, eu alcancei o não pronunciável.



No mar psicodélico
do seu descaso
Navego,
Como barquinho furado.

quinta-feira, 2 de maio de 2013





Em um beco lá do Rio um poeta se esconde
                                                                  o imagino desgrenhado
                         sorrindo, esfumaçado


nos seus cabelos meus desejos

                                         Poderei um dia roubar-lhe um beijo?

terça-feira, 30 de abril de 2013









O meu poema fala por si mesmo

                  ele é um apelo


      fruto de seu próprio material
         
                   a palavra

se perde em um poeta de rua



                                                  O que vc me diz da transcendência de um sarau?










segunda-feira, 29 de abril de 2013








Sou mais que a poeira da estante da sala

Sou seu descaso
                       As quimbas no corredor

Você tenta passar os olhos por cima
Mas eu te incomodo

                                                         eu sou um resultado
                                                                          dos teus vícios.








°

Há uma coisa qualquer me coçando por dentro
                                                                        um desejo íntimo e discreto


mas que tende a tragédias
                                         acho que tenho um pé na poesia do caos.

domingo, 28 de abril de 2013


°




Na bobeira das horas
                                     Li meu horóscopo:                      


           tendência a ver tudo distorcido.

tirei os óculos,               
                          eles estavam certos. 








.

                     
Somos deuses
                     divinizados no pecado
                                                      pequenos potes de magia fechados.
                                                                          Cada dia são piores meus pesadelos

                    Você some, se isola

Eu enlouqueço

                                                e tenho de varrer todas as estrelas do céu  pro meu quintal.


meus braços doem,
meus olhos estão cansados.

                                           

                                                        não quero adormecer.

               
                       





Um problema intermitente de amor:

          vai e volta

vai e volta

          vai e volta

sorte minha que era meu cachorro e sua bolinha.

sábado, 27 de abril de 2013

       Tem um punhado de cor
um punhado de soul
            um amontoado de nada


a menina não sonha mais.












e no fim o meu vazio rima
manchas de café
olhos baixos
e eu desaprendi a dormir,

                            sinto sua falta.

quinta-feira, 18 de abril de 2013










O calor do tato humano
rouba o frio do meu vinho
No meu copo de seleta
Cabê mais, não gosto de taças
Não gosto de não me toques
Eu quero apenas me aquecer.

Sensações






Nosso pé de acerola
Nosso outono
Nossa brisa
Uma grade de cores.

O nosso horizonte
O sentimento, o toque e a pele.
Café na sua boca
Sua boca na minha

Vc inteiro do meu lado
Meu paiero
Nossa fumaça
Meus sussurros

O novo sínolo: matéria, forma e vazio.





O acrílico do copo
O vazio do copo
A dureza do copo

O que o define?

Copo vazio não tem utilidade disse o senhor no boteco.

Como se copo cheio sem furo tivesse, disse maneco.

O vazio preenche até o mais triste dos homens
E hoje nos deitaremos juntos
Ele em mim, sobre mim, dentro de mim
Tão misturados que eu ate me perguntarei:
O que seria eu sem tu?
Um copo que não é copo pois perdeu a sua utilidade ao perder seu vazio?

Saudemos o vazio das formas
Saudemos a unidade que nos molda.

Sobre restos:






Amor, farelos e outros restos
Tudo no canto da boca
Escondidos de nós em nós
Fragmentos.

Tão suave a moça se levanta
E pede um guardanapo
Limpa os restos
Mas se desfarela
Ao ver o moço no quintal. 

Ele não sabe
Talvez desconfie
Mas ela guardou seus cacos
Seus regalos.

terça-feira, 12 de março de 2013

História de lençóis manchados.


Ele arfava como se tivesse sido salvo de um afogamento, eu sugava seu membro com tamanha volúpia que me sentia possuidora de seu ser. Minha alma estava violada, eu estava sentada nele, sentada no meu medo, sentada no meu vazio. 
Havia tamanha perplexidade naquela ação, um sentimento de bem-estar me possuía, e então eu senti tamanho nojo de tudo aquilo, eu queria me abdicar, eu não queria me perder, maldito seja o acaso que te fez aparecer no meu caminho, desejei então que você nunca tivesse entrado na minha vida, no meu corpo, no meu espirito. Lágrimas roliças despencaram dos meus olhos pingando nos seus; guiada fui pela angústia e num sobressalto te matei, matei meu medo, meu vazio. 
Ainda hoje depois de alguns longos anos de dor e prisão, vejo os lençóis vermelhos, o mesmo tom de vermelho do batom que você dizia ficar lindo em mim... Ainda ouço a sua voz grossa e firme me dizendo sandices, ainda o sinto em meu corpo. São nesses parcos momentos de consciência que percebo que te amo, cada dia me dão mais remédios, cada dia que passa sou menos dona do meu corpo.
Desde a sua morte me internaram em uma casa de saúde mental, que na verdade é apenas mais um lugar de tortura. Um dia poderei me matar, da mesma forma que te matei, e então felizes e vermelhos fumaremos nossos cigarros e nos amaremos por toda eternidade. 

Balanço morena.


No balanço do seu cabelo morena, 
No envolver da sua voz
Qualquer história se tornaria bonita
Se nas suas frases pra mim houvesse a palavra nós. 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Era uma nova edição.


Ela estava aflita com aquela invasão, queria que músicas ruins e futilidades novamente tomassem conta de sua mente. Mas não, ele estava em cada pensamento imundo dela e ela incapaz de o odiar, queria o possuir. A imagem daquele homem dançava em sua mente de uma forma frenética, havia ela então criado uma vida com o senhor de seus pensamentos.
O acordava lambendo os seus olhos, sentada nua em cima daquele corpo branco que iluminado pela luz que transpassava a sua janela o tornava de certa forma imaculado. Tomavam café conversando calados, o fumaça de seus paieros se misturavam, assim como estavam seus universos. Eles então se vestiam sorrindo, e novamente se despiam, amavam-se de forma tão intensa e profunda. Haviam quebrado a cama, a mesa da cozinha e o sofá fazia um barulho estranho e engraçado. Gostavam de discutir sobre a vida, e ela ficava fascinada quando ele lhe falava com tamanho amor do que acreditava. Ela então abriu os olhos profundamente angustiada, o garoto existia, a cama quebrada também mas todo o resto era apenas invenção e lágrimas brotavam-lhe dos olhos e ela foi ler uma revista, era uma nova edição. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Molduras de Vânia. Parte III






Estávamos nus na cama de um motel sem nome, eu respirava pesadamente, meu corpo molhado de suor refletia a luz fazendo com que eu parecesse mais branca que o comum, e o cabelo colado no rosto dava-me um ar de despreocupação; Ele bebia uma cerveja e me fitava, seu olhar sobre o meu corpo, era como um grito aos instintos; e então eu me indagava o que somos um ao outro e minha mente silenciada, pois existe apenas esse sentimento sem nome, apetite mediocremente tenta descrever.
Mudo a rota de meus pensamentos e olhando para o seu sexo saúdo o desejo e o objeto desejado. Ele desliza sua falta de pudor pelo meu corpo, me possui sem promessas, me profana, devasta.
 Quero cair desfalecida, talvez meu apetite se mantenha pelo simples fato de não haver pedidos de amor, que os deuses dancem sobre nossas cabeças, enquanto nossos corpos os agradecem a vida, da forma mais autentica, que as ninfas mantenham nossa chama cada dia mais vibrante, e fica aqui registrado o meu mais honesto obrigada a  senhora Loucura, a verdadeira dona do mundo, perdoem-me todos os outros deuses, pois ela é a essência vital pra qualquer um de nós, mortais ou não.

Nunca saberá.


E então ela chora em meio a tudo aquilo,
Faz um pedido de perdão pro passado 
E tenta se agarrar a alguma coisa viva
Ele não sabe,
Nunca saberá
Mas naquele instante uma fagulha do seu olhar
Se perdeu dentro dela;
Ele não sabe, 
Nunca saberá
Mas seu nome enfeita as páginas do livro novo que ela comprou. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Molduras de Vânia. Parte II


Um poema para todos os boêmios loucos
Os desvairados
Aqueles que tomam a cerveja
Como se tomassem a vida,

Um poema para todas as amantes
Aquelas aparentemente pacatas
Mas o silencio da noite as entrega
Tem grande fúria e caos em suas vaginas,

Uma poema só para o passar das horas
Enquanto não sou boemia nem amante.





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Molduras de Vânia. Parte I


Nesse blog darei voz a Vânia, uma garota diferente, de sentidos e apetites exacerbados.
Retiremos as vendas, ela nos aguarda.


" Um pedaço de corrupção, o ardor da volúpia
   Um desabafo entre a fumaça de um paiero,
   E a cretinice que assombra." 
   Vânia. 



O meu nome não fará a minima importância em sua vida, me chame de vadia, puta, marmita, fútil, nenhuma palavra me atingirá como aquele garoto, estranhamente igual a mim; mas antes de qualquer relato direi que sou uma mulher diferente, sinto o mundo de uma forma ausente, tenho um coração canalha e um dor exporádica por ser amada e fazer chorar, mas isso logo passa, sou áspera, uma criadora de vícios sórdidos. Sim, eu queria acreditar que posso ser doce e intensa, mas esse tao aclamado amor nunca me preencheu, sinto-me como um vaso vazio; a cada dia me expando com a ilusão de comportar esse nada, me alimento de fetiches e mentiras, e qualquer intensidade sentimental me cheira invenção.
Sou uma garota de sangue frio, entediada com o cotidiano, uma mulher canalha, um cafajeste em versão feminina, saudemos as boas fodas, tenha uma imagem deturpada de mim, me veja como uma vadia qualquer, pois a verdade é que em alto relevo, revelarei uma vida de quarto escuro, distante da luz do falso moralismo, distante da chata luminosidade da vida.
Estraçalhados os pudores, que sem vergonha despi em palavras, falarei daquele ser que imundou o meu mundo de orgasmos, aquele garoto do começo da história, o garoto do meu primeiro orgasmo. A contentação escorria de mim, os espasmos e as pernas descontroladas, eu queria aquela sensação para sempre, a língua nos lábios, os dedos espertos a precisão, queria eu que o fim novamente desembocasse no meu rosto, ah garoto somos tão parecidos, dois boêmios, poetas e sujos, ponograficamente iguais, mas o que me une a esse ser não é amor, muito menos todo prazer que ele pode me ofertar, eu o temo por ser tão igual, gostar do meu filme favorito, saber de cor minhas canções prediletas, ser senhor no reino das palavras e um maldito louco insasiavel, sei que posso acreditar no seu silencio, mas nem tudo contar, preciso de uma distancia segura para não criar monstros, ele é uma expansão de mim senhoras e senhores, meus gostos mais refinados e meus malogros exacerbados, ele trouxe o que eu a tempos procurava, e assim nossa relação torna-se mais instintos do que qualquer outra coisa, medo e prazer em uma mesma cama, peças iguais não se encaixam bem sei, mas ele fica ótimo dentro de mim, o amante mais improvável, pois nenhum de nós partirá com o suar da palavra amor, em nossos universos isso é algo inexistente. Por que eu tenho tanto medo dele? Bom, tomar um chá com seu demônio interior nunca me pareceu interessante, pergunto-me então quem é você que entrou em mim? Jogando com as mesmas cartas... Que me intima com palavras loucas e olhos de fome, quem é você que deixa cheiro, deixa medo? Mas que ainda assim quero possuir de formas estranhas e envolver como vento? Diga-me maldito a sua verdade! Desliza em mim suas mãos, mas nossos corações são iguais, dois amontoados de pedras! Maldito que com tal fervor me consome! Me posta de quatro tal fêmea no cio, e eu possuída pelo medo e pelo desejo te sugo o segredo da vida.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Coxinha pornográfica.


A vida se comparara a uma vadia
Dessas loucas desvairadas
Que fazem da cabeça do homem um caos,
Mas não por sua graça e beleza
E sim pelo que sabem muito bem fazer;
Uma foda transgressora de cú, 
Uma chupada alucinada.

sábado, 11 de agosto de 2012

Senhora Liberdade.


Agora arde-me a liberdade
Essa ingrata senhora que nos coloca de frente
E nos faz escolher apenas um doce
Apenas um sonho
Apenas um amor
Diante do declínio de ser
Braços abertos para o vazio
A vida é doentia por causa da liberdade
A liberdade foi chamar a morte
Escuto passos abafados pela neve
Manchas de sangue pelas calçadas
Não somos quem queremos ser
A dor de outros caminhos não escolhidos
Refletirá nesse por todo o tilintar do universo
Por um momento tivemos uma vida toda satisfeita
No outro nunca existimos
Talvez eu nunca queira me libertar da solidão.
A liberdade amedronta os homens mais convictos
Eles a dão tantos nomes,
E ainda a usão de brasão
Seres tolos a liberdade é o que vos trucida!
A liberdade é o choro da criança abandonada
A liberdade são todos os mortos por falta de comida
A liberdade é tudo o que fede na politica
A liberdade é música ruim
A liberdade é tudo o que se possa querer
A liberdade é o desejo de um homem ardendo no coração de sua mulher.
A liberdade nos assombra pois nós caro leitor,
Nós somos a liberdade.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Travestindo.

Me diz o que faz sentido? 
Ninguém realmente vê.
Falso moralismo travestido
Vendido em potes de sorrisos
Pobres homens desesperados.
Vou caminhando com minhas atitudes canalhas, 
Canhotas,
Sujas e tortas.
Derivo de um sentimento meio bobo, todo louco.
Meus gestos parecem indignos,
Imóveis
Inatos,
Mas não enxerga você 
Que estes apenas são retratos
Estagnados e móveis
Não me faça de massa de epóxi, 
Moldando uma vez para sempre,
Desconstrua-me diariamente
Seja simples. 

O amargo sentir.


Quero hoje então declarar meu amor.
Todos os dias nos encontramos
E então todo faceiro vem seu cheiro me adentrando,
Você molhando meus lábios
O amargo sentir 
E então triste percebo 
Que por ti até levanto mais cedo.
Mas continuamos aqui tão iguais,
Você me dando satisfação e energia
Acompanhando minhas insonias
E se misturando as minhas lágrimas de vazio.
Pouco importa se está frio ou requentado
Feito a horas distantes ou agora passado
Caminharemos lado a lado
Meu negro sentir da vida
Meu bom e atraente café. 

No sentir.


Garantia ela ter seus neurônios espelhos estragados
Eles eram na verdade lunetas.
Sentia a pobre então de forma expandida
Tudo o que dói
No sentir de outro coração.

Porém mais quente.


Alguns esperam por dinheiro
Outros esperam por amor.
Eu espero pelo meu café
Sem açúcar por favor,
Porém mais quente que o senhor. 

Não quero açúcar.


Mesclando sentimentos
Todos eles em um copo com limão,
Não quero açúcar nem amor nesse poema
Coloco gelo como quem corrige a gramática
E se ainda sim as coisas estiverem ruins
Tire o gelo, o limão e o copo. 

Sobre a mesa.

Em um guardanapo de bar
Mais que seu batom rosa,
Todo o falso moralismo jogado fora.
O gelo facilita a bebida
E a queda das máscaras. 


Sereia indomável.


Amanhã é dia 07,
Apenas mais um número que se repete,
Pra milhares de olhares perdidos no horizonte
Perdidos como os sentimentos.
Nos corações de geladeira
Que há tempos perderam seus olhares
Resta a imaginação
Esta sereia indomável
Que nos leva para o mais profundo de nosso mares.

A sua garota.


Ela se engana achando que tem o controle total nas mãos,
Sonha acordada e sente-se segura do que vê.
Quando o mundo a assusta
Corre e esconde-se debaixo do seu cobertor azul.
Assegura ela que pode ser invisível
Mas tem medo mesmo é de ser abandonada;
Então nesse mar de medos se oculta
Assim não haverá malogros nem desordem
Ela jurou não decepcionar
Porém apenas superficialmente. 

Concepções auditivas.


Despenco da minha suposta realidade
Percebo então assustada 
Que não existia vida.
Assisto estática um quadro,
Um emaranhado de pessoas
Mas meu ser estava destacado de tudo aquilo.
Soa-me uma angustia e um sentimento de invasão, evasão.
Por instantes torno-me o nada
Afirmo a minha existência pela sensação
Sou mais que uma Alice perdida
Faço-me rainha da minha própria criação
Percebo então que sou livre
Porém presa em mim há uma coisa indecifrável.

Domingo laranja azulado.


Lembranças psicoativas na folha de um papel de pão,
Memórias lisérgicas emolduradas em notas 
Proteínas transformadas em som,
Crio quadros onde pessoas vivem
Sem uma suposta conexão com meu ser
No fim o vazio é na verdade amplitude
E a visão deturpada me protege de grandes explanções. 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sepulcro aberto.


Ecoam em minha mente os silvos do vazio,
Se o mundo físico reflete aquilo que somos por dentro
É necessário mais que fogo para o tilintar da mudança.
Não devemos temer o "gostar".
As vezes a racionalidade só atrapalha;
O caos está dentro de nós
Nossos medos bailam ao sabor do inusitado.
Os sepulcros abertos, e os olhos fechados;
O medo de ser frágil sacoleja os corpos
O medo de amar, alimenta demônios.

Irrealidades.


O fogo bailava a nossa frente,
Eu enxergava a sua alma.
O Rock invadia as minhas entranhas,
Eu não entendi a priori aquela conexão
Você não se recorda, mas em um intervalo de tempo
Tivemos uma vida inteira regada de sorrisos,
Então o tempo restituiu-se e eu parti.
Você não lembra, mas eu ainda tenho o gosto da vida nos lábios.
Agora pacifica aguardo o seu despertar.



Meu, eu, mim.

Trago dentro de mim uma vontade atrasada,
Meu espírito é velho 
Gosto de sonhar acordado.
Queria mesmo é ser poeta
Para que o silencio parasse pra ouvir os meus versos. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O avesso.


Ela tinha todo um mundo dentro de um olho,
Ninguém poderia supor,
Ela sonhava, sorria e estranhamente seus olhos balançavam
Em um rompante de entendimento 
Tudo lhe foi explicado
O vai e vem de seus olhos era o lado oposto de um buraco negro. 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Suposta vida.


O meu nome já foi seu,
Independente de sua lembrança.
O azul continua a ser minha cor favorita
O Blues me lambe em um frenético prazer surdo
Sem saber e involuntariamente os cheiros me adentram
Você não sabe, não se recorda, mas te matei.
Me matei. 
Os heróis sem caráter passeavam diante dos meus olhos
Mas silenciada estava eu sentada no muro.
Fumei um cigarro pelo terceiro olho 
Do nada tudo parecia tedioso demais
Toda morte é um fim de mundo.
Nossos universos queimados.
Contemplo estática o terror de seus pais.
Contemplo estática a vida que nunca possuímos. 

Presença inventada.


Não, eu ainda não permiti a ninguém me conhecer,
O corpo meus caros não é segredo de ninguém
Mas a alma, ah a alma é uma caixinha de preciosidades.
Quando a água escorria no meu corpo
Vi nossas almas se entrelaçando no cosmo
E sabia eu que você via tudo o que eu era
Toda magnitude do Ser.
Esta é por hora mais uma presença inventada em mim. 

Descaso.


O que eu queria mesmo era ser poeta,
Escrever coisas de grande valor, ou de sentido nenhum.
Porém não se enganem
Não é um amontoado de palavras, poesias
Como não é um bloco de mármore um escultura.

Além da suposição do verbo ver.


Rodopios dentro de si,
O balé das almas se inicia.
Cada Ser é um espetáculo
E sua plateia é na verdade o próprio protagonista;
O engenho das palavras é demasiado impróprio para expressar
Mas é o que cabe ao momento, é o que temos por agora...
Como Malkovick que entra em sua própria mente
Como estar na Bahia congelando de frio
Porém, os escombros aparecem
Sabe aquela sujeira embaixo do tapete?
Pois bem...
São os inoportunos do eu, que não dá simplesmente para pisar e fingir que morreu.
Temos de nos certificar do que se trata pois como já dizia nosso tio Newton
Com sua terceira lei nada descabeçada, se você bater meu bem vai doer a mão.
Não se deve descansar, o fácil é um óbvio malogro sucateado 
Nos resta então o extermínio, eliminar essas cascas que carregas
Achamos que são partes de nós, todavia nos enganamos...
Esses inoportunos nos impedem de conhecer o que nos é divino
Dentro do ovo, existe algo.
Caindo no próprio abismo, o protagonista descobre em um rompante que era cego
A racionalidade se esvai com súplicas, tentando o converter.
Todas as janelas da alma estavam abertas, E mal sabia ele da existência das mesmas
E então tudo se divide e deve ele escolher onde pisar. 


Enfrentamentalizadeira psicótica.


A cólera, assim como o enfrentamento
São de certa forma uma maneira de entregar aos nossos "eus" 
Seus supostos passaportes para o mundo.
Libertando tudo o que és, para bailar por dúvidas e caminhar sobre vidros.
Eu fitava a espada e todo aquele derramamento de sangue,
Eu vagava dentro de mim, proferindo perguntas
Não era hora de guardar mistérios
Abrindo meu baú, descobria meu mundo
Sei que eu posso ser o que sonho, e sonho que sonhei
E talvez isso tudo seja apenas um sonho,
A única coisa que se faz concisa é o meu Ser. 
Edificarei por agora meus castelos de ar.

Passagens imaginativas.


Onde já se viu mulher como eu meio babaca, toda vazia
Sorrir, rir, júbilos e ósculos?
Nada parece ter sentido, a gramática me acerta nos olhos
Mas pobre dela estou sem lentes
Cai submissa, para um alguém que diz ser assim tão abismo quanto eu
Não vejo o que te escuto, 
Se isso parece não fazer sentido, imagine o verbo interesse no meu dicionário.
Eu normalmente te disse que não via as coisas como elas eram.
O meu medo é ter medo de ter medo e ter medo de amar
Já dizia o filósofo e o meu ser "Quando se olha para o abismo, ele olha pra você"
Mas se então, olhando para o nada você se completar?
Sei que o meu suposto interesse pode a qualquer momento se dissolver
Então irei te mostrar o céu azul e lhe entregar uma pequena porção do meu infinito,
E se nisso tudo você me encontrar, peço encarecidamente que "me devolva-me"

O cavaleiro letrado mexicanizado.


A noite não é minha dona,
Li as palavras daquele que um dia senti o gosto;
É tão estranho ser vazia;
Quando ele disse brincando que era cada um para o seu lado
Meu caro, eu sorria inocentemente adorando sua verdade.
Tudo o que eu lhe disse já não me lembro.
Mas tenho as provas daquele momento
Pelo ocasional e triste fato de gostar de azul
Sim, foi nossa única coisa boa,
Já que depois descontente vi sem lentes
Que não havia nada na sacola que me deixaste de presente.
Das coisas que eu mais gosto, é ter a posse,
Mas pode parecer, eu realmente espero 
Que tenha uma bela imagem deturpada de mim.
Grata por citar minha mais nobre canção e o meu querido Carlos. 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Caos.

É preciso um grito grego para iniciar esse poema,
No caos deste mundo, crianças balbuciam a verdade,
O vendedor de sonhos garante que o seu sonho,
Vale mais que uma noite.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Passagem.


O relógio começou a correr,
O procedimento então foi tornando-se demasiado desgastante.
E a matemática as vezes complica tudo.
Ele repetia silenciosamente um mantra;
Porém a vida havia se esvaído. 
E para esse mundo estava ele, eternamente adormecido. 


O meu presente.

Agora rabisco meu papel com mazelas,
O ócio tinge a minha existência
Minhas palavras nada mais são que escarros.
Porém por quê não, por um instante
Nem lembrar-me de dúvidas
Nem lembrar-me de sofrimentos
Nem lembrar-me de mim,


Esquerda e direita
Esquerda e direita
Meia volta, volver!


E começando a ouvir a trilha sonora da vida
Não mais que agora
Não mais que antes,
De repente...
Antes que a vinda finde e a morte nasça,
Presentear-me com uma breve porção de mistério.
Livre, leve e breve
Sonhos, lucidez, devaneios.
Emaranhados de cabelos,
E eu olhando o céu, que me presenteei.

Absinto universo.


Lápis que foi árvore,
Foi folha, caule e semente.
No caminho para cidade inúmeras mudas,
Na vitrine da papelaria, inúmeras caixas de lápis.
Na mão de poetas, leigos e crianças mimadas,
Uma lápis esverdeado como absinto me faz deslembrar;
E agora me lança dúvidas descabidas
Sobre o próprio destino e o universo. 

Melancolia democrática.


Na era dos extremos talvez um mundo melhor 
Seja um óbvio malogro sucateado;
Resta então aos bons intelectuais não idealizar horizontes distantes e utópicos.
Não que esses sejam pouco desejados;
Mas devem então transformar suas abstrações em práticas,
Que nada mais são que esforços pelo que acreditam.
A democracia assim como os homens,
É feita de pequenos e frágeis mecanismos
Que não devem ser negligenciados para o desenvolvimento de uma outra engrenagem.
A democracia assim como os homens, tem suas mazelas. 





quinta-feira, 21 de junho de 2012

Presença


Sim, milhões de universos em pequenos potes...


Cada ser com sua essência e nós nos achando tão iguais,
Só você pode decidir, só você pode escolher...
Em um pequeno momento posso ser especial
Ou o ser para sempre
Enquanto acreditar, eu irei existir.


Mas se não há crença
No seu universo meu ser é algo inexistente.
E assim estão configuradas minhas tardes
Ficar discutindo a vida com sua presença inventada.

Azul


Azul,
Claro, marinho, escuro, cinzento
Céu, petróleo, momento.
A cor que me leva,
E me traduz.
Ainda a vejo na estação,
Dizem que a velhice aguça a visão pra sua intensidade
Comtemplarei então cada dia mais admirada
A beleza de ver a ilusão que és.

O Primeiro gole.


Ao primeiro gole sua língua desconhece o sabor,
Você só deseja que não tenha gosto,
E logo depois você estará sorrindo pra garotos 
E incrivelmente os vendo com um desejo nada sóbrio.


As músicas serão boas e pertinentes assim como as pessoas,
Até a sua mente mostrar-te os ladrilhos mal colocados de sua alma
E uma dor surda e uma vontade de chorar abraçar-te,
Sim a lembrança daquilo que você nunca possuiu.


As dúvidas descaradas e as beras sujas das formas,
Você andará por cima das águas, você saberá dançar como um rei.
Agora somos conhecedores de outros mundos
Nos tornamos por momento melhores pessoas, boas figuras.


Parabéns a bebida acaba de travestir uma mente infeliz.

Um fato grego.


Ele trazia um consigo um chapéu, no rosto um olhar galanteador,
O modo como tratava a língua a deixava estasiada,
Uma mente que a deslumbrava...
E sim ela queria ir além.

Confronto.


Quando menos se percebe você já estará se tornando um deles.
O trabalho consome quase que todas as suas energias,
E no fim do dia, você deseja não pensar pra não doer a cabeça...
Deseja que o embalo do sono se faça e sem demoras adormeça.
Alguns nunca acordam,
Já outros levantam-se desse sono e verão-se perdidos,
Com uma única alternativa: Voltar a dormir novamente.
Assim está configurada a nossa sociedade...
Pessoas embaladas que não voltam a acordar,
E uns poucos que percebem que a vida é outra
Inutilmente estão a gritar.

Suposta realidade.


Porém a realidade me entrega tapas de verdade...
E tudo o que eu ouso sonhar
é tão estranho, utópico e vazio,
Que despenco do patamar dos sonhos.


E passará diante dos olhos daquele que meus desejos gritam,
Uma mulher de alma rebuscada, e levará para o passado
Tudo o que um dia minha imagem houvera criado,
Esse fim aparentemente triste,
Chama-se: REALIDADE.

Otimismo colado.


Todos os dias a mesma programação,
Você quer mudar sua vida, mas não muda nem sua refeição
Deseja então escrever nobremente,
Mas continua a fazer as mesmas rimas decadentes
Sente-se então desnorteada, acha sua existência fútil
Tem a certeza de que essa merda não dará em nada,
Tenta sobressair-se,
Esconder-se
Quer aceitar que é diferente,
Quer melhorar
Deseja dizer e crer que o ser humano será melhor e assim o fará.
Deseja encontrar um sentido pra tudo isso, 
Um sentido mais complexo do que o simples ato sexual
Um sentido que então faça com que tenhamos uma busca eloquente
De algo que a sua forma em meu medíocre conhecimento
Ainda não se faz presente.
Só quero no final fazer a minha descoberta, fechar meus olhos
E terminar com uma grande e sonora gargalhada. 

Quebrando a casca.


Aplausos senhoras e senhores a palavra a mim retorna, 
De uma forma meio ingrata, mas não irei discursar
Aceito o desejo e seus emaranhados
Mas espero o delito e o júbilo.


Apenas dois olhos foram capazes de corromper essa minha casca,
Sim, desfez-se essa minha máscara,
Na qual eu detinha todo e qualquer juízo ensandecido
O selamento meus caros, fora quebrado. 

O sussurro do tempo.


Não ouço o tic-tac do relógio da cozinha que a uma hora dessas invadiria meu quarto rompendo mais que o silêncio de minha mente mais me fazendo pensar no complexo fato do tempo, sim meus caros, o tempo será ele inexistente? apenas uma demarcação como a linha do equador é nessa nossa geóide? Uma coisa puxa outra, e se ao acreditarmos na existência de uma força criadora, acreditarmos então que ela criou tudo, criaste também o tempo e o tempo sendo algo criado como nós é enfim definido e nós no papel de criaturas de Deus, ao passo que recebemos um sopro divino e sendo sua imagem semelhante, podemos então ver como ele vê através de sua própria criação? Podemos enxergar o tempo que como elo onde milhares de linhas percorrem? Sendo essas as consequências de várias tomadas de decisões? Poderemos então acreditar que as pessoas vêem sim o futuro e não só o observam mas como são verdadeiras estrategistas desse ramo, elas conseguem definir qual a linha mais provável e então revelam de certa forma o que se procederá que na verdade já aconteceu ou está acontecendo em determinado momento se assim vermos o tempo como um elo? Algo que colocaria nossa demarcação de tempo como errônea, mas também explicaria o fato de Deus existir antes do tempo, pois ele observa esse elo,  onde nós, as linhas e tudo mais se sacolejam. (?)