quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Molduras de Vânia. Parte III






Estávamos nus na cama de um motel sem nome, eu respirava pesadamente, meu corpo molhado de suor refletia a luz fazendo com que eu parecesse mais branca que o comum, e o cabelo colado no rosto dava-me um ar de despreocupação; Ele bebia uma cerveja e me fitava, seu olhar sobre o meu corpo, era como um grito aos instintos; e então eu me indagava o que somos um ao outro e minha mente silenciada, pois existe apenas esse sentimento sem nome, apetite mediocremente tenta descrever.
Mudo a rota de meus pensamentos e olhando para o seu sexo saúdo o desejo e o objeto desejado. Ele desliza sua falta de pudor pelo meu corpo, me possui sem promessas, me profana, devasta.
 Quero cair desfalecida, talvez meu apetite se mantenha pelo simples fato de não haver pedidos de amor, que os deuses dancem sobre nossas cabeças, enquanto nossos corpos os agradecem a vida, da forma mais autentica, que as ninfas mantenham nossa chama cada dia mais vibrante, e fica aqui registrado o meu mais honesto obrigada a  senhora Loucura, a verdadeira dona do mundo, perdoem-me todos os outros deuses, pois ela é a essência vital pra qualquer um de nós, mortais ou não.

Nunca saberá.


E então ela chora em meio a tudo aquilo,
Faz um pedido de perdão pro passado 
E tenta se agarrar a alguma coisa viva
Ele não sabe,
Nunca saberá
Mas naquele instante uma fagulha do seu olhar
Se perdeu dentro dela;
Ele não sabe, 
Nunca saberá
Mas seu nome enfeita as páginas do livro novo que ela comprou. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Molduras de Vânia. Parte II


Um poema para todos os boêmios loucos
Os desvairados
Aqueles que tomam a cerveja
Como se tomassem a vida,

Um poema para todas as amantes
Aquelas aparentemente pacatas
Mas o silencio da noite as entrega
Tem grande fúria e caos em suas vaginas,

Uma poema só para o passar das horas
Enquanto não sou boemia nem amante.





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Molduras de Vânia. Parte I


Nesse blog darei voz a Vânia, uma garota diferente, de sentidos e apetites exacerbados.
Retiremos as vendas, ela nos aguarda.


" Um pedaço de corrupção, o ardor da volúpia
   Um desabafo entre a fumaça de um paiero,
   E a cretinice que assombra." 
   Vânia. 



O meu nome não fará a minima importância em sua vida, me chame de vadia, puta, marmita, fútil, nenhuma palavra me atingirá como aquele garoto, estranhamente igual a mim; mas antes de qualquer relato direi que sou uma mulher diferente, sinto o mundo de uma forma ausente, tenho um coração canalha e um dor exporádica por ser amada e fazer chorar, mas isso logo passa, sou áspera, uma criadora de vícios sórdidos. Sim, eu queria acreditar que posso ser doce e intensa, mas esse tao aclamado amor nunca me preencheu, sinto-me como um vaso vazio; a cada dia me expando com a ilusão de comportar esse nada, me alimento de fetiches e mentiras, e qualquer intensidade sentimental me cheira invenção.
Sou uma garota de sangue frio, entediada com o cotidiano, uma mulher canalha, um cafajeste em versão feminina, saudemos as boas fodas, tenha uma imagem deturpada de mim, me veja como uma vadia qualquer, pois a verdade é que em alto relevo, revelarei uma vida de quarto escuro, distante da luz do falso moralismo, distante da chata luminosidade da vida.
Estraçalhados os pudores, que sem vergonha despi em palavras, falarei daquele ser que imundou o meu mundo de orgasmos, aquele garoto do começo da história, o garoto do meu primeiro orgasmo. A contentação escorria de mim, os espasmos e as pernas descontroladas, eu queria aquela sensação para sempre, a língua nos lábios, os dedos espertos a precisão, queria eu que o fim novamente desembocasse no meu rosto, ah garoto somos tão parecidos, dois boêmios, poetas e sujos, ponograficamente iguais, mas o que me une a esse ser não é amor, muito menos todo prazer que ele pode me ofertar, eu o temo por ser tão igual, gostar do meu filme favorito, saber de cor minhas canções prediletas, ser senhor no reino das palavras e um maldito louco insasiavel, sei que posso acreditar no seu silencio, mas nem tudo contar, preciso de uma distancia segura para não criar monstros, ele é uma expansão de mim senhoras e senhores, meus gostos mais refinados e meus malogros exacerbados, ele trouxe o que eu a tempos procurava, e assim nossa relação torna-se mais instintos do que qualquer outra coisa, medo e prazer em uma mesma cama, peças iguais não se encaixam bem sei, mas ele fica ótimo dentro de mim, o amante mais improvável, pois nenhum de nós partirá com o suar da palavra amor, em nossos universos isso é algo inexistente. Por que eu tenho tanto medo dele? Bom, tomar um chá com seu demônio interior nunca me pareceu interessante, pergunto-me então quem é você que entrou em mim? Jogando com as mesmas cartas... Que me intima com palavras loucas e olhos de fome, quem é você que deixa cheiro, deixa medo? Mas que ainda assim quero possuir de formas estranhas e envolver como vento? Diga-me maldito a sua verdade! Desliza em mim suas mãos, mas nossos corações são iguais, dois amontoados de pedras! Maldito que com tal fervor me consome! Me posta de quatro tal fêmea no cio, e eu possuída pelo medo e pelo desejo te sugo o segredo da vida.