sexta-feira, 16 de agosto de 2013



Riscos infindáveis na memoria que sempre será apenas doce e que passou em mim, marca.


Um marco novo de desbravar

é tempo de rios

eu deságuo no caos,


nenhum aglomerado de palavras me mantem, eu alcancei o não pronunciável.



No mar psicodélico
do seu descaso
Navego,
Como barquinho furado.

quinta-feira, 2 de maio de 2013





Em um beco lá do Rio um poeta se esconde
                                                                  o imagino desgrenhado
                         sorrindo, esfumaçado


nos seus cabelos meus desejos

                                         Poderei um dia roubar-lhe um beijo?

terça-feira, 30 de abril de 2013









O meu poema fala por si mesmo

                  ele é um apelo


      fruto de seu próprio material
         
                   a palavra

se perde em um poeta de rua



                                                  O que vc me diz da transcendência de um sarau?










segunda-feira, 29 de abril de 2013








Sou mais que a poeira da estante da sala

Sou seu descaso
                       As quimbas no corredor

Você tenta passar os olhos por cima
Mas eu te incomodo

                                                         eu sou um resultado
                                                                          dos teus vícios.








°

Há uma coisa qualquer me coçando por dentro
                                                                        um desejo íntimo e discreto


mas que tende a tragédias
                                         acho que tenho um pé na poesia do caos.

domingo, 28 de abril de 2013


°




Na bobeira das horas
                                     Li meu horóscopo:                      


           tendência a ver tudo distorcido.

tirei os óculos,               
                          eles estavam certos. 








.

                     
Somos deuses
                     divinizados no pecado
                                                      pequenos potes de magia fechados.
                                                                          Cada dia são piores meus pesadelos

                    Você some, se isola

Eu enlouqueço

                                                e tenho de varrer todas as estrelas do céu  pro meu quintal.


meus braços doem,
meus olhos estão cansados.

                                           

                                                        não quero adormecer.

               
                       





Um problema intermitente de amor:

          vai e volta

vai e volta

          vai e volta

sorte minha que era meu cachorro e sua bolinha.

sábado, 27 de abril de 2013

       Tem um punhado de cor
um punhado de soul
            um amontoado de nada


a menina não sonha mais.












e no fim o meu vazio rima
manchas de café
olhos baixos
e eu desaprendi a dormir,

                            sinto sua falta.

quinta-feira, 18 de abril de 2013










O calor do tato humano
rouba o frio do meu vinho
No meu copo de seleta
Cabê mais, não gosto de taças
Não gosto de não me toques
Eu quero apenas me aquecer.

Sensações






Nosso pé de acerola
Nosso outono
Nossa brisa
Uma grade de cores.

O nosso horizonte
O sentimento, o toque e a pele.
Café na sua boca
Sua boca na minha

Vc inteiro do meu lado
Meu paiero
Nossa fumaça
Meus sussurros

O novo sínolo: matéria, forma e vazio.





O acrílico do copo
O vazio do copo
A dureza do copo

O que o define?

Copo vazio não tem utilidade disse o senhor no boteco.

Como se copo cheio sem furo tivesse, disse maneco.

O vazio preenche até o mais triste dos homens
E hoje nos deitaremos juntos
Ele em mim, sobre mim, dentro de mim
Tão misturados que eu ate me perguntarei:
O que seria eu sem tu?
Um copo que não é copo pois perdeu a sua utilidade ao perder seu vazio?

Saudemos o vazio das formas
Saudemos a unidade que nos molda.

Sobre restos:






Amor, farelos e outros restos
Tudo no canto da boca
Escondidos de nós em nós
Fragmentos.

Tão suave a moça se levanta
E pede um guardanapo
Limpa os restos
Mas se desfarela
Ao ver o moço no quintal. 

Ele não sabe
Talvez desconfie
Mas ela guardou seus cacos
Seus regalos.

terça-feira, 12 de março de 2013

História de lençóis manchados.


Ele arfava como se tivesse sido salvo de um afogamento, eu sugava seu membro com tamanha volúpia que me sentia possuidora de seu ser. Minha alma estava violada, eu estava sentada nele, sentada no meu medo, sentada no meu vazio. 
Havia tamanha perplexidade naquela ação, um sentimento de bem-estar me possuía, e então eu senti tamanho nojo de tudo aquilo, eu queria me abdicar, eu não queria me perder, maldito seja o acaso que te fez aparecer no meu caminho, desejei então que você nunca tivesse entrado na minha vida, no meu corpo, no meu espirito. Lágrimas roliças despencaram dos meus olhos pingando nos seus; guiada fui pela angústia e num sobressalto te matei, matei meu medo, meu vazio. 
Ainda hoje depois de alguns longos anos de dor e prisão, vejo os lençóis vermelhos, o mesmo tom de vermelho do batom que você dizia ficar lindo em mim... Ainda ouço a sua voz grossa e firme me dizendo sandices, ainda o sinto em meu corpo. São nesses parcos momentos de consciência que percebo que te amo, cada dia me dão mais remédios, cada dia que passa sou menos dona do meu corpo.
Desde a sua morte me internaram em uma casa de saúde mental, que na verdade é apenas mais um lugar de tortura. Um dia poderei me matar, da mesma forma que te matei, e então felizes e vermelhos fumaremos nossos cigarros e nos amaremos por toda eternidade. 

Balanço morena.


No balanço do seu cabelo morena, 
No envolver da sua voz
Qualquer história se tornaria bonita
Se nas suas frases pra mim houvesse a palavra nós.