segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sepulcro aberto.


Ecoam em minha mente os silvos do vazio,
Se o mundo físico reflete aquilo que somos por dentro
É necessário mais que fogo para o tilintar da mudança.
Não devemos temer o "gostar".
As vezes a racionalidade só atrapalha;
O caos está dentro de nós
Nossos medos bailam ao sabor do inusitado.
Os sepulcros abertos, e os olhos fechados;
O medo de ser frágil sacoleja os corpos
O medo de amar, alimenta demônios.

Irrealidades.


O fogo bailava a nossa frente,
Eu enxergava a sua alma.
O Rock invadia as minhas entranhas,
Eu não entendi a priori aquela conexão
Você não se recorda, mas em um intervalo de tempo
Tivemos uma vida inteira regada de sorrisos,
Então o tempo restituiu-se e eu parti.
Você não lembra, mas eu ainda tenho o gosto da vida nos lábios.
Agora pacifica aguardo o seu despertar.



Meu, eu, mim.

Trago dentro de mim uma vontade atrasada,
Meu espírito é velho 
Gosto de sonhar acordado.
Queria mesmo é ser poeta
Para que o silencio parasse pra ouvir os meus versos. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O avesso.


Ela tinha todo um mundo dentro de um olho,
Ninguém poderia supor,
Ela sonhava, sorria e estranhamente seus olhos balançavam
Em um rompante de entendimento 
Tudo lhe foi explicado
O vai e vem de seus olhos era o lado oposto de um buraco negro. 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Suposta vida.


O meu nome já foi seu,
Independente de sua lembrança.
O azul continua a ser minha cor favorita
O Blues me lambe em um frenético prazer surdo
Sem saber e involuntariamente os cheiros me adentram
Você não sabe, não se recorda, mas te matei.
Me matei. 
Os heróis sem caráter passeavam diante dos meus olhos
Mas silenciada estava eu sentada no muro.
Fumei um cigarro pelo terceiro olho 
Do nada tudo parecia tedioso demais
Toda morte é um fim de mundo.
Nossos universos queimados.
Contemplo estática o terror de seus pais.
Contemplo estática a vida que nunca possuímos. 

Presença inventada.


Não, eu ainda não permiti a ninguém me conhecer,
O corpo meus caros não é segredo de ninguém
Mas a alma, ah a alma é uma caixinha de preciosidades.
Quando a água escorria no meu corpo
Vi nossas almas se entrelaçando no cosmo
E sabia eu que você via tudo o que eu era
Toda magnitude do Ser.
Esta é por hora mais uma presença inventada em mim. 

Descaso.


O que eu queria mesmo era ser poeta,
Escrever coisas de grande valor, ou de sentido nenhum.
Porém não se enganem
Não é um amontoado de palavras, poesias
Como não é um bloco de mármore um escultura.

Além da suposição do verbo ver.


Rodopios dentro de si,
O balé das almas se inicia.
Cada Ser é um espetáculo
E sua plateia é na verdade o próprio protagonista;
O engenho das palavras é demasiado impróprio para expressar
Mas é o que cabe ao momento, é o que temos por agora...
Como Malkovick que entra em sua própria mente
Como estar na Bahia congelando de frio
Porém, os escombros aparecem
Sabe aquela sujeira embaixo do tapete?
Pois bem...
São os inoportunos do eu, que não dá simplesmente para pisar e fingir que morreu.
Temos de nos certificar do que se trata pois como já dizia nosso tio Newton
Com sua terceira lei nada descabeçada, se você bater meu bem vai doer a mão.
Não se deve descansar, o fácil é um óbvio malogro sucateado 
Nos resta então o extermínio, eliminar essas cascas que carregas
Achamos que são partes de nós, todavia nos enganamos...
Esses inoportunos nos impedem de conhecer o que nos é divino
Dentro do ovo, existe algo.
Caindo no próprio abismo, o protagonista descobre em um rompante que era cego
A racionalidade se esvai com súplicas, tentando o converter.
Todas as janelas da alma estavam abertas, E mal sabia ele da existência das mesmas
E então tudo se divide e deve ele escolher onde pisar. 


Enfrentamentalizadeira psicótica.


A cólera, assim como o enfrentamento
São de certa forma uma maneira de entregar aos nossos "eus" 
Seus supostos passaportes para o mundo.
Libertando tudo o que és, para bailar por dúvidas e caminhar sobre vidros.
Eu fitava a espada e todo aquele derramamento de sangue,
Eu vagava dentro de mim, proferindo perguntas
Não era hora de guardar mistérios
Abrindo meu baú, descobria meu mundo
Sei que eu posso ser o que sonho, e sonho que sonhei
E talvez isso tudo seja apenas um sonho,
A única coisa que se faz concisa é o meu Ser. 
Edificarei por agora meus castelos de ar.

Passagens imaginativas.


Onde já se viu mulher como eu meio babaca, toda vazia
Sorrir, rir, júbilos e ósculos?
Nada parece ter sentido, a gramática me acerta nos olhos
Mas pobre dela estou sem lentes
Cai submissa, para um alguém que diz ser assim tão abismo quanto eu
Não vejo o que te escuto, 
Se isso parece não fazer sentido, imagine o verbo interesse no meu dicionário.
Eu normalmente te disse que não via as coisas como elas eram.
O meu medo é ter medo de ter medo e ter medo de amar
Já dizia o filósofo e o meu ser "Quando se olha para o abismo, ele olha pra você"
Mas se então, olhando para o nada você se completar?
Sei que o meu suposto interesse pode a qualquer momento se dissolver
Então irei te mostrar o céu azul e lhe entregar uma pequena porção do meu infinito,
E se nisso tudo você me encontrar, peço encarecidamente que "me devolva-me"

O cavaleiro letrado mexicanizado.


A noite não é minha dona,
Li as palavras daquele que um dia senti o gosto;
É tão estranho ser vazia;
Quando ele disse brincando que era cada um para o seu lado
Meu caro, eu sorria inocentemente adorando sua verdade.
Tudo o que eu lhe disse já não me lembro.
Mas tenho as provas daquele momento
Pelo ocasional e triste fato de gostar de azul
Sim, foi nossa única coisa boa,
Já que depois descontente vi sem lentes
Que não havia nada na sacola que me deixaste de presente.
Das coisas que eu mais gosto, é ter a posse,
Mas pode parecer, eu realmente espero 
Que tenha uma bela imagem deturpada de mim.
Grata por citar minha mais nobre canção e o meu querido Carlos.